O bioma Mata Atlântica perdeu 133 km² de área em um ano no Brasil,
segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica divulgado
nesta terça-feira (29) pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais
(Inpe) e pela Fundação SOS Mata Atlântica, que analisou o período entre
2010 e 2011.
O ritmo de desmatamento caiu 57% se comparado com o período 2008 - 2010, quando o bioma perdeu ao todo 311 km².
No novo período medido, Minas Gerais liderou o desmatamento, com 63
km². A Bahia ficou na segunda posição, com desflorestamento de 46 km².
Na sequência estão o vêm Mato Grosso do Sul (5,8 km²), Santa Catarina
(5,6 km²), Espírito Santo (3,6 km²), São Paulo (2,1 km²) e Rio Grande do
Sul (1,1 km²). Rio de Janeiro, Paraná e Goiás registraram desmatamento
inferior a 1 km²
Os Estados de Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo foram avaliados
parcialmente no estudo, por causa da cobertura de nuvens que prejudicou a
captação de imagens por satélite. O estudo analisou dez dos 17 Estados
que possuem o bioma, que representam 93% da área total de Mata
Atlântica.
Área de Mata Atlântica no estado do RJ. No Brasil, bioma
perdeu 133 km² de cobertura vegetal devido ao
desmatamento entre 2010 e 2011. (Foto: Divulgação/ Governo domRio de Janeiro)
perdeu 133 km² de cobertura vegetal devido ao
desmatamento entre 2010 e 2011. (Foto: Divulgação/ Governo domRio de Janeiro)
Desmatamento estável
"Embora tenha tido uma leve queda, provavelmente o índice apresentado hoje seria maior se não tivéssemos problemas com nuvens. O (ritmo de) desmatamento continua estável, o que é preocupante", disse a coordenadora do Atlas pelo SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, em referência a Minas Gerais e Bahia, que encabeçam o ranking dos que mais desmataram no período.
Em relação aos municípios, os pesquisadores alertam para a região que
chamam de "triângulo do desmatamento", entre Bahia e Minas Gerais. No
ranking dos municípios, cidades dos dois Estados ficam no topo.
Nos últimos 25 anos, a Mata Atlântica perdeu 17.354 km² (quase três
vezes o tamanho do Distrito Federal) ficando reduzida a 7,9% de sua área
original, se considerados os remanescentes florestais em fragmentos
acima de 100 hectares, representativos para a conservação de
biodiversidade.